terça-feira, 25 de agosto de 2015

Transtorno Alimentar



Tenho estudado o tema Transtorno Alimentar desde 2011, quando fiz um Curso de Extensão na PUC-RIO. Ao final do curso ingressei em um Grupo de Estudo para aprofundamento no tema.

Atuando em uma Clínica, tenho recebido pessoas que farão a cirurgia bariátrica. Todas com um vasto histórico de dietas e tratamentos para emagrecimento que a médio e longo prazo não resultaram no corpo almejado. Com o aparecimento das comorbidades, como por exemplo diabetes e/ou hipertensão a cirurgia aparece como uma proposta de solução, pois neste momento, não é mais a questão estética que se sobrepõe, mas é a questão da saúde que se torna imperativa.

Mas pensar o Transtorno Alimentar é pensar também a compulsão.... Por isso, escolho o texto retirado do livro O sujeito na contemporaneidade de Joel Birman, para propor uma reflexão.

... a comida se destaca nas compulsões atuais, impondo-se ao mesmo tempo como fascinante e mortífera, já que é atraente e repelida em um mesmo movimento pelas pessoas. A relação do sujeito com a comida é ambígua e ambivalente, pois esta é objeto de desejo e de repulsa, de maneira que a voracidade e o vomitar se declinam quase que em um mesmo gesto. ”

Se a relação que se estabelece com a comida é compulsiva, então é hora de se questionar qual é a fome que você pretende saciar...


                                                                     
                                                 Por Mariangela Venas


Comorbidade: Estado patológico causado, agravado ou cujo tratamento/controle é dificultado pelo excesso de peso ou facilitado pela perda de peso. (http://www.sbcb.org.br)


domingo, 16 de agosto de 2015

"A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor".
                                                   (Freud)



Mas é preciso se lançar...

sábado, 8 de agosto de 2015

Nossas crianças têm fome de que?

Obesidade infantil

                                     http://comidanarede.com.br/nutricao-infantil/obesidade-infantil-preocupacao/


Interessa-me profundamente o aspecto da prevenção no tema obesidade. Entendo que lidar com o problema instalado demanda sempre maior esforço e recursos, especialmente considerando as precárias condições do serviço público de saúde no Brasil. Por isso, considero que um trabalho de ação preventiva, voltado para a população infantil, seja eficaz para que as crianças possam desenvolver padrões alimentares saudáveis, mas sem perder a noção de prazer do ato de alimentar-se.


Percebe-se que a obesidade na infância teve um aumento considerável nas últimas décadas, uma criança obesa tem maior probabilidade de tornar-se um adulto obeso e isso pode causar um grande impacto na saúde publica. O problema da obesidade não é exclusivamente estético, mas principalmente um problema de saúde, devido as doenças associadas à obesidade, como diabetes, hipertensão. 
A predisposição genética é fator determinante para a obesidade, mas hábitos alimentares errados, sedentarismo, problemas de ordem emocional, entre outros fatores, podem despertar o gene da obesidade. E a mudança da modernidade para a contemporaneidade parece que trouxe o gene da obesidade em suas entranhas. Nesta cultura que preconiza o excesso parece que a busca incessante pelo novo propõe o preenchimento de um vazio que aumenta no momento da conquista do objeto desejado! O que foi conquistado hoje é obsoleto amanhã, as vitórias são descartáveis, porque algo inteiramente novo e fantástico está na prateleira e é preciso alcançar... E as crianças já vivenciam esta realidade na mais tenra idade.
As famílias mudaram, há uma nova ordem social. Os pais têm forte dificuldade para estabelecer limites para seus filhos. Ninguém quer um filho obeso, mas também não “se pode mais” dizer não. Com isso, a mídia se farta ao injetar no mercado inúmeros produtos voltados para o público infantil. Há falta de ética, limites, afeto e sobra a possibilidade de severas doenças associadas à obesidade.
Os tempos atuais têm relegado à infância certo abandono... As crianças estão cheias de tecnologia e carentes de limites. Falo do limite como estruturante, como o continente que os pais precisam ser para os filhos. Porque é diante desta continência que a criança poderá constituir-se como um ser que deseja e que compreende que não se pode obter tudo, mas ainda assim, é possível encontrar satisfação e prazer nas suas relações. Sem a possibilidade do limite, resta ao sujeito a compulsão...
Lembro-me do desabafo da paciente para o psicoterapeuta:
Paciente:
“Não entendo o que mais ele queria! Afinal, eu fui buscá-lo na creche, dei o jantar, a sobremesa, o suco e ele continuava querendo algo mais para comer. E eu com pressa, pois já estava na hora da minha academia. Que fome era aquela? ”
Nossas crianças têm fome de que?


Por Mariangela Venas

Crédito da foto:http://comidanarede.com.br/nutricao-infantil/obesidade-infantil-preocupacao/



Cuidar...

"O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro."
  
                                                                                      (Leonardo Boff)