sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Aleitamento Materno.



Proponho uma leve reflexão sobre a amamentação e sua importância para o desenvolvimento dos bebês.

Recentemente, 3 de novembro de 2015, foi assinado o decreto que regulamenta a Lei 11.265 (de 2006!):

"A legislação trata da comercialização de alimentos para mães e crianças durante o período da amamentação e proíbe, entre outros pontos, que produtos que possam interferir na amamentação tenham propagandas veiculadas nos meios de comunicação, como no caso de leites artificiais, mamadeiras e chupetas.  http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-11/dilma-regulamente-publicidade-de-produtos-que-podem-interferir-na-amamentacao

Trata-se de um avanço a favor da amamentação exclusiva. Quem sabe, a partir da lei, mães e bebês não saiam das maternidades carregando o nome de uma “fórmula” para “o caso do bebê precisar...”. Ora! O que define que um bebê precisará de uma fórmula para complementar a amamentação? Por que não trocar a indicação da fórmula por orientação acerca dos benefícios do aleitamento materno?

Mas ainda é preciso evoluir neste tema, a lei é um apoio, mas não é a solução. Precisamos avançar! Os profissionais de saúde devem estar atentos às dúvidas e dificuldades enfrentadas pelas mães no tocante a amamentação. Me parece que o medo (ou o mito?) do “leite fraco” ainda assombra muitas mulheres.
De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, vinculada a FIOCRUZ (http://www.redeblh.fiocruz.br), estes são alguns motivos importantes para a promoção do aleitamento materno:

Alimento completo.
Proteção contra infecções e alergias.
Sempre pronto e na temperatura certa.
Amor e carinho.
Bom para a dentição e a fala.
Bom para o desenvolvimento infantil.

Se há tanto proveito para a prática, por que não há incentivo e por que algumas mães têm precisado fazer “mamaços” para exercerem o direito da amamentação? Que tempos são estes, onde algo tão próprio da condição humana (somos mamíferos!), parece estar subjugado aos interesses da Indústria Alimentar.... Sem contar, também, que o mundo pós-moderno é o mundo da foto perfeita e a amamentação nem sempre produz esta foto: às vezes dói; pode acontecer pequenas fissuras no bico do peito; é cansativo e exige uma disponibilidade quase integral da mãe; muitas vezes a mãe não conta com o apoio das pessoas da sua convivência; há muitas facilidades para o uso das fórmulas e, sobretudo, apesar de existir informação, não há muita divulgação.Neste sentido, ao final do texto, encontrarão vários sites em que haverá farto material sobre as vantagens da amamentação.

Na condição de psicóloga, não posso deixar de registrar o quão valioso é para a relação mãe e bebê o envolvimento afetivo intenso e acolhedor que se dá durante a amamentação.
Finalizo com um pequeno texto do livro Virando Gente. A história do nascimento psíquico:

“Minha mãe me segura no colo e minha cabeça fica bem apoiada em seus braços enquanto mamo. Posso, então, fixar meus olhos nos seus, eles me sustentam! Não vou ficar com o olhar vago, perdido. ”

Aproveitem as leituras!


LIVRO: Virando Gente. A história do Nascimento Psíquico
Editora Ideias & letras
Autoras: Ivanise Fontes, Maisa Roxo, Maria Cândida S. Soares, Sara Kislanov


Por Mariangela Venas