terça-feira, 16 de março de 2021

Cercas, cercados, limites...

 


A história da humanidade nos leva a entender que estamos em constante processo de mudança. E, sabemos, nem toda mudança é, necessariamente, evolução...

 

Nas últimas décadas, com o fenômeno da globalização, cunhou-se a expressão: Um mundo sem fronteiras. Sem fronteiras? Mas não é o limite estruturante? O sujeito não precisa entender o que é dentro e o que é fora? O que é seu e o que é do outro?


Quando se perde essa barreira entre o eu e o outro abre-se espaço para o sofrimento. É preciso haver diferenciação para que o sujeito possa imprimir sua marca no mundo. Se não há fronteiras, não sei bem quem sou ou para onde vou. Não sei como ancorar o meu desejo. Tudo é espraiamento...


Meu quintal termina quando começa a cerca do outro, um dito popular quase em desuso, sinal dos tempos modernos. Refletir sobre a necessidade das cercas, simbólicas que sejam, tem sido tarefa rotineira nos consultórios de Psicologia. O mundo globalizado e sem fronteiras, pode ser também o mundo do desamparo, pois na dificuldade da diferenciação encontramos indivíduos presos na impotência e na dependência.


A singularidade é a nossa marca no mundo. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Perda de Controle X Mecanismos Compensatórios = Ilusão do corpo perfeito.


 De acordo com o Dicionário Online de Português, temos a seguinte definição para Bulimia:

Substantivo feminino

Distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão excessiva de alimentos, pelo aumento exagerado de apetite e pelo sentimento de descontrole alimentar; as pessoas com bulimia comem em excesso e, geralmente após as refeições, induzem o vômito.

Essas pessoas podem – também – fazer uso de laxantes ou uma prática excessiva de exercícios físicos para aliviar o “peso” da ingestão descontrolada de alimentos. Na maioria das vezes, o apetite exagerado se dá por alimentos altamente calóricos. E a ideia é de compensar o comer demasiado com ações que possam diminuir ou impedir a absorção das calorias presentes no alimento.

O sujeito acometido desse Transtorno Alimentar nutre a fantasia de que, ao eliminar imediatamente o alimento consumido não haverá ganho de peso.  

É um transtorno de causa multifatorial. Há uma maior prevalência entre as mulheres e pode aparecer em todas as classes sociais. Há uma preocupação excessiva com a imagem corporal. Algumas profissões onde há uma acentuada valorização da estética podem favorecer o desenvolvimento e/ou agravamento dessa patologia.

O Tratamento deverá ser com uma equipe multidisciplinar. No campo da Psicologia, é fundamental entender qual é a emoção que está atrelada ao ato de comer compulsivamente. Quem sabe, uma falha no processo de desenvolvimento do psiquismo, ocorrido lá na infância seja o elemento que impulsiona o comportamento atual. Vivenciou um sofrimento em um estágio inicial da vida em que – ainda - não tinha recursos internos para digerir.... 

Busque ajuda se você observar que tem episódios recorrentes de alta ingestão alimentar, associados a mecanismos de eliminação, bem como sensação de perda de controle e culpa.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Adolescência, impulsividade, álcool... Perigo!



Pesquisas têm mostrado que os jovens estão consumindo álcool de forma abusiva cada vez mais cedo. A partir de 13/14 anos, ou seja, ainda na adolescência quando os riscos são potencializados, pois o corpo está em desenvolvimento e o contato com o álcool é extremamente prejudicial ao organismo em formação.

 Outro dado interessante é que as meninas estão bebendo tanto ou mais do que os meninos e, por questões fisiológicas, podem apresentar mais danos biológicos na idade adulta.  E a drunkorexia tem sido mais comum entre mulheres, especialmente as universitárias.

Qual é o limite? 

Há muitos apelos para o consumo de álcool, embora seja uma substância tóxica, o uso é permitido e até mesmo estimulado. Em algumas situações, parece que não há alegria sem o álcool e, na sociedade da espetacularização, MAIS parece ser sempre MELHOR....

Proibir é a solução? 

O diálogo deve ser a base da relação entre pais e filhos. Mas os pais não podem se sentir acuados diante das exigências que os filhos fazem. Devem discutir objetivamente os prejuízos de uma vida como dependente de álcool, bem como os riscos associados, tais como, acidentes, atos de violência, exposição ao sexo sem segurança, dentre outros. Os jovens da atualidade, precisam entender que as frustrações e perdas fazem parte desse incrível movimento que é VIVER....

Assim, mais uma vez é preciso dizer que o excesso será sempre prejudicial ao organismo. Desprezar a possibilidade do indivíduo desenvolver dependência pode levar a um caminho difícil de trilhar no futuro. Famílias são massacradas pelo uso abusivo de álcool. É uma dor que atinge não apenas o dependente, mas muitos da sua convivência. 

Busque ajuda!