Proponho uma leve reflexão sobre a amamentação e
sua importância para o desenvolvimento dos bebês.
Recentemente, 3 de novembro de 2015, foi assinado o decreto
que regulamenta a Lei 11.265 (de 2006!):
"A legislação trata da comercialização de alimentos para
mães e crianças durante o período da amamentação e proíbe, entre outros pontos,
que produtos que possam interferir na amamentação tenham propagandas veiculadas
nos meios de comunicação, como no caso de leites artificiais, mamadeiras e
chupetas. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-11/dilma-regulamente-publicidade-de-produtos-que-podem-interferir-na-amamentacao
Trata-se de um avanço a favor da amamentação exclusiva.
Quem sabe, a partir da lei, mães e bebês não saiam das maternidades carregando
o nome de uma “fórmula” para “o caso do bebê precisar...”. Ora! O que define
que um bebê precisará de uma fórmula para complementar a amamentação? Por que
não trocar a indicação da fórmula por orientação acerca dos benefícios do
aleitamento materno?
Mas ainda é preciso evoluir neste tema, a lei é um apoio, mas
não é a solução. Precisamos avançar! Os profissionais de saúde devem estar
atentos às dúvidas e dificuldades enfrentadas pelas mães no tocante a
amamentação. Me parece que o medo (ou o mito?) do “leite fraco” ainda assombra
muitas mulheres.
De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano,
vinculada a FIOCRUZ (http://www.redeblh.fiocruz.br), estes são alguns motivos
importantes para a promoção do aleitamento materno:
Alimento completo.
Proteção contra infecções e alergias.
Sempre pronto e na
temperatura certa.
Amor e carinho.
Bom para a dentição e a fala.
Bom para o desenvolvimento infantil.
Se há tanto proveito para a prática, por que não há
incentivo e por que algumas mães têm precisado fazer “mamaços” para exercerem o
direito da amamentação? Que tempos são estes, onde algo tão próprio da condição
humana (somos mamíferos!), parece estar subjugado aos interesses da Indústria
Alimentar.... Sem contar, também, que o mundo pós-moderno é o mundo da foto
perfeita e a amamentação nem sempre produz esta foto: às vezes dói; pode
acontecer pequenas fissuras no bico do peito; é cansativo e exige uma
disponibilidade quase integral da mãe; muitas vezes a mãe não conta com o apoio
das pessoas da sua convivência; há muitas facilidades para o uso das fórmulas e,
sobretudo, apesar de existir informação, não há muita divulgação.Neste sentido, ao final do texto, encontrarão vários sites
em que haverá farto material sobre as vantagens da amamentação.
Na condição de psicóloga, não posso deixar de registrar o
quão valioso é para a relação mãe e bebê o envolvimento afetivo intenso e
acolhedor que se dá durante a amamentação.
Finalizo com um pequeno texto do livro Virando Gente. A
história do nascimento psíquico:
“Minha mãe me
segura no colo e minha cabeça fica bem apoiada em seus braços enquanto mamo. Posso,
então, fixar meus olhos nos seus, eles me sustentam! Não vou ficar com o olhar
vago, perdido. ”
LIVRO: Virando Gente. A história do Nascimento Psíquico
Editora Ideias & letras
Autoras: Ivanise Fontes, Maisa Roxo, Maria Cândida S.
Soares, Sara Kislanov
Por Mariangela Venas