Foto de arquivo pessoal
Tirei esta foto no Parque Amantikir em Campos do Jordão (Janeiro/2016). O local é lindo, uma verdadeira obra de arte a céu aberto.Como fica em uma região bem alta, quando sentamos nestes bancos tudo o que há diante de nós é um precipício ... Um abismo... Um despenhadeiro...
Contraditoriamente, a sensação experimentada é de profunda paz e calmaria. Como se nossa mente dissesse: Calma.
A vida pode ser este recanto silencioso e contemplativo, mas também é queda e dor. E é preciso saber vivê-los com a intensidade própria de cada momento. Costumo dizer para as pessoas que atendo, que é preciso ter calma para efetuar as mudanças que tanto almejam, bem como para alcançar o entendimento de suas dores e angústias. Muitas vezes chegam apressados, ainda no ritmo imposto pelo mundo moderno. Parecem profundamente cansados de uma correria sem fim: alguns ávidos por soluções imediatas, outros tantos fugindo de lembranças, memórias doloridas que marcaram a alma. Todos correm e arfam e cansam e extravasam em lágrimas o choro há tanto reprimido. E eu apenas digo: Calma.
Vamos aquietar o coração. Sentar diante do abismo com a perspectiva de entendimento e acolhimento e não de fuga e desespero. Buscar ter compaixão por todos os envolvidos na trama da vida. Nesta vida que a pessoa se encontra e onde parece estar tão desconfortável na pele que habita. Assim, calma...
O mundo moderno anda sem tempo para entristecidos, enlutados, traumatizados, doloridos. Este tempo de correria e avidez coloca todos diante do nada, do vazio, mas sem a possibilidade de contemplação, de quietude e entendimento.
E que não se confunda contemplação com apatia. Que é a outra face cruel da atualidade.
Por
Mariangela Venas
Para aqueles que se interessaram pelo local mencionado, segue o link. Mas a visita virtual deve ser apenas um estímulo. Bom mesmo é desfrutar da vida real...