terça-feira, 16 de março de 2021

Cercas, cercados, limites...

 


A história da humanidade nos leva a entender que estamos em constante processo de mudança. E, sabemos, nem toda mudança é, necessariamente, evolução...

 

Nas últimas décadas, com o fenômeno da globalização, cunhou-se a expressão: Um mundo sem fronteiras. Sem fronteiras? Mas não é o limite estruturante? O sujeito não precisa entender o que é dentro e o que é fora? O que é seu e o que é do outro?


Quando se perde essa barreira entre o eu e o outro abre-se espaço para o sofrimento. É preciso haver diferenciação para que o sujeito possa imprimir sua marca no mundo. Se não há fronteiras, não sei bem quem sou ou para onde vou. Não sei como ancorar o meu desejo. Tudo é espraiamento...


Meu quintal termina quando começa a cerca do outro, um dito popular quase em desuso, sinal dos tempos modernos. Refletir sobre a necessidade das cercas, simbólicas que sejam, tem sido tarefa rotineira nos consultórios de Psicologia. O mundo globalizado e sem fronteiras, pode ser também o mundo do desamparo, pois na dificuldade da diferenciação encontramos indivíduos presos na impotência e na dependência.


A singularidade é a nossa marca no mundo. 

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